A Bíblia Sagrada e o Vinho

O que dizem as escrituras

Se alguém lhe perguntasse: “Pode o servo de Deus tomar bebidas alcoólicas?”, que responderia? Muitos respondem: “Não, pois isso é algo condenado por Deus.” Outros talvez digam: “Sim, desde que haja moderação”. Visto que o crente é exortado a “examinar tudo e reter o bem” (1 Tessalonicenses 5:21), há aqueles que procuram sinceramente uma resposta para esta questão.

Foi o Criador quem fez as deliciosas uvas, fazendo-as quase que estourar de doçura quando são maduras e combinando os ésteres e os ácidos para dar aroma, sabor e bouquet. O Senhor Deus estabeleceu também as leis da química, pelas quais este açúcar de fruta pode ser decomposto em álcool por meio da fermentação. O Senhor Deus estabeleceu também as leis da química, pelas quais este açúcar de fruta pode ser decomposto em álcool por meio da fermentação.

Além disso, o Senhor fez os microorganismos chamados levedura, tão necessários como catalisadores no processo da fermentação, e até mesmo revestiu a pele das uvas maduras com uma camada fina destas células de levedura. Deveras, o ciclo inteiro, desde o fruto até o vinho amadurecido, reflete a sabedoria e bondade de nosso grandioso Criador.

Beber vinho ou bebida forte não é errado aos olhos de Deus (Deuteronômio 14:24-26). Significa isso que você não precisa usar de cautela quanto a tomar bebidas alcoólicas? De modo algum. Pois a Palavra de Deus mostra também ‘o outro lado da questão’.

Há muitas coisas na vida que não são erradas em si mesmas, mas que produzem conseqüências sérias, quando usadas indevidamente ou cedo demais. É como muitas coisas que Deus criou para o usufruto do homem. Podem ser usadas para o bem ou para o mal. Por exemplo, será ruim ingerir comida? Não, mas pode torná-lo ruim por habitualmente comer demais ao ponto de se tornar glutão ou comilão. E Deus não gosta da pessoa que come demais (Provérbios 28:7). É ruim sua mão? Naturalmente que não. É maravilhoso instrumento para uso do homem. Mas, pode torná-la ruim se a usar para cometer um crime, tal como estrangular alguém com ela. E Deus condena o crime e o assassinato (Êxodo 20:13). Deus concedeu aos humanos a faculdade de procriação, mas esta deve ser usada apenas no casamento honroso, e seu uso pode acarretar pesada responsabilidade com o cuidado de uma família. Também o fogo, o vapor, a eletricidade e diversas ferramentas podem ser muito úteis aos homens e às mulheres no seu trabalho, mas, quando usadas sem a devida prudência, podem também ser muito prejudiciais. O Dicionário de Teologia Bíblica, Volume 2, página 1153-4, diz que “os autores bíblicos advertem contra o excesso ao beber vinho, contra a embriagues. Tudo depende da medida, como em toda as outras coisas boas que Deus fez. A qualidade do homem se mede pelo fato de ele saber guardar as medidas.”
Sim, pode transformar em ‘ruins’ as coisas que são ‘boas’ pela forma em que as usa. Assim como a comida e as mãos são coisas boas, assim também é o uso responsável de vinho alcoólico. Por outro lado, tomar bebida inebriante pode ter conseqüências sérias. Quer beba, quer não, faça de maneira respeitosa para consigo próprio, para com outros, e, principalmente para com Deus.

O USO MEDICINAL DO VINHO É BÍBLICO

1 Timóteo 5:23

“Não bebas mais água só, mas USA um POUCO de vinho (a palavra grega usada aqui é oinos, por causa do seu estômago e das tuas freqüentes enfermidades”

Timóteo estava em Éfeso, onde a água possuía um danoso teor de álcali. Paulo destaca o valor medicinal do vinho. Recomenda-o como remédio curativo em casos de certas perturbações intestinais causadas por água potável péssima – “por causa do teu estômago”. Observava-se que os que bebiam vinho não ficavam sujeitos às doenças associadas com a água contaminada.

O Dr. Salvatore P. Lucia, professor de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, diz a respeito da sua eficiência no combate a diversas moléstias intestinais:

“O vinho foi amplamente usado no tratamento das moléstias do aparelho digestivo. Verifica-se que é especialmente benéfico na anorexia, na hipocloridria sem gastrite e na dispepsia hipostênica. Insuficiências hepáticas menores reagem favoravelmente ao vinho de mesa branco, seco, não adulterado. O conteúdo de tanino e as leves propriedades anti-sépticas do vinho o tornam valioso no tratamento da cólica intestinal, da colite mucosa, da constipação espástica, da diarréia e de muitas doenças infecciosas do aparelho gastrintestinal.” — Wine as Food and Medicine, págs. 5, 58.

Tinha TIMÓTEO o hábito de tomar VINHO?

Parece que não, uma vez que Paulo o aconselhou a fazê-lo.

Seja como for, isso não prova que Timóteo nunca tomava socialmente vinho alcoólico.

Por que não? Ora, simplesmente porque não se requer do crente ter o hábito de comer e beber de tudo que lhe é lícito!

Considere: Tem você o hábito de tomar chá de alface, berinjela ou de amora? Come com freqüência jiló ou maxixe? Se sua resposta for “sim”, certamente concordará que nem todo cristão tem tal hábito. Agora, se sua resposta for “não”, significa isso que tais bebidas ou comidas são impróprias para todos os crentes? É claro que não significa isso! Você apenas não tem o hábito de consumi-las, mas não seria nenhum pecado fazê-lo. O crente não é obrigado a regularmente beber ou comer de certo alimento para provar que tal seja permitido. Logo, caso Timóteo não tivesse o hábito de tomar socialmente vinho alcoólico, isso não constituiria prova irrefutável que esta bebida fosse imprópria aos cristãos.

Marcelo Boccaletti

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